Andreas Fhager junto ao "microwave tomograph" atualmente composto por cerca de trinta antenas dispostas em torno de um recipiente cilíndrico adaptado à mama |
Cientistas da Chalmers University of Technology, na Suécia, desenvolveram novas técnicas de diagnóstico e tratamento contra o câncer por meio da utilização de microondas.
As abordagens desenvolvidas são mais eficazes, menos invasivas e mais simples do que as alternativas disponíveis atualmente. A equipe espera ser capaz de testar duas técnicas diferentes em pacientes dentro dos próximos seis meses. Um método é uma alternativa à mamografia para detectar o câncer de mama. O outro visa tratar tumores na cabeça e pescoço por meio do aquecimento das células cancerosas.
equipe desenvolveram um sistema capaz de detectar o câncer de mama com uma técnica conhecida como tomografia de microondas, usada para criar imagens médicas. De acordo com os investigadores, o método tem várias vantagens sobre a mamografia. "Nós obtemos imagens tridimensionais que revelam um contraste significativamente melhor entre tecidos saudáveis e malignos em comparação com raios-X. Isso facilita a visualização de tumores muito pequenos que podem ser encobertos pelo tecido saudável, criando assim condições necessárias para um diagnóstico muito mais confiável", observa Fhager.Processo pode ser comparado a criar uma onda de maré na região do tumor, enquanto o mar circundante permanece calmo |
Na nova pesquisa, o professor Andreas Fhager e
Segundo os pesquisadores, ao contrário dos raios-X, a técnica também emite doses desprezíveis de radiação não-ionizante, menos de um centésimo da radiação recebida quando uma pessoa fala ao telefone celular.
A ideia é usar a técnica em conjunto com uma ' mesa de tratamento' , equipada com entradas para os seios que ficam ligados a trinta antenas ou mais para realização do exame. A intenção é que a abordagem seja mais confortável para as pacientes do que a mamografia. O método também é muito menos dispendioso, não só porque o equipamento de microondas não é tão caro, mas também porque as imagens mais claras tornam a interpretação mais fácil para os médicos.
No segundo projeto, as microondas são usadas para destruir os tumores por meio do aquecimento deles, um processo conhecido como hipertermia.
Estudos clínicos demonstraram que o tratamento com radioterapia e quimioterapia convencional em combinação com a hipertermia podem dobrar a capacidade de curar de certas formas de câncer, como câncer de colo uterino e o sarcoma de tecido mole em longo prazo. "Estamos agora desenvolvendo um novo sistema de hipertermia que pode atingir tumores profundos na cabeça e no pescoço com alta precisão. Desta forma, temperaturas mais elevadas podem alcançar o tumor sem afetar o tecido ao redor", revela a pesquisadora Hana Dobsíèek Trefná.
Com o tempo, a equipe espera ser capaz de combinar ambos os métodos. Assim que um tumor for detectado, as antenas ligadas poderiam ser usadas para começar a tratar a doença de forma direta e, ao mesmo tempo monitorar que o tecido certo é aquecido. O método deve também ser aplicável a outras partes do corpo além de seios, cabeça e pescoço.
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